A Síndrome de Sjögren é uma doença reumática autoimune que afeta principalmente as glândulas produtoras de saliva e lágrimas.
No Brasil, a idade média do início da doença é aos 35 anos.
Neste texto, saiba se a síndrome de Sjögren é grave, seus sintomas e como tratar essa doença.
Quais são as características da Síndrome de Sjögren?
Essa doença recebeu esse nome em homenagem ao médico oftalmologista sueco Henrik Sjögren, que descreveu a condição pela primeira vez em 1933.
Esta síndrome não é comum, acometendo menos de 1% das pessoas no mundo, de todas as etnias e idades, inclusive, pode acometer crianças. De acordo com a localidade, essa condição pode atingir mais homens ou mulheres.
Nesta doença, as células de defesa do organismo atacam seus próprios tecidos por engano, o que é característica das doenças autoimunes.
Embora não seja definida a causa exata para a deflagração dessa condição, estudos já demonstram que certos genes também podem colocar algumas pessoas em maior risco do desenvolvimento dessa doença. Além disso, infecções virais, hormônios e fatores ambientais também podem atuar como gatilhos.
Por essa desregulação dos linfócitos, a principal característica dessa síndrome é a inflamação crônica das glândulas exócrinas, que estão presentes em várias partes do nosso corpo e são responsáveis pelas secreções.
Por isso, quando um paciente tem essa doença, geralmente as primeiras glândulas afetadas são as que produzem lágrimas e saliva, porque os linfócitos atacam essa região e provocam uma inflamação no local. Praticamente 100% dos pacientes dessa condição, apresentam sintomas de secura nos olhos e boca.
Posteriormente, várias partes do corpo podem ser atingidas, como articulações, rins, pulmões, pele e nervos.
Tipos de Síndrome de Sjögren
A doença pode ocorrer de forma isolada, que é conhecida como síndrome de Sjögren primária.
Quando vem em conjunto com outras doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e esclerodermia, é conhecida como síndrome de Sjögren secundária.
Assim como o lúpus e a esclerodermia, a síndrome faz parte de um grupo próprio de doenças, as colagenoses.
Sintomas de síndrome de Sjögren
Por afetar as glândulas exócrinas, o que ocasiona a diminuição da produção dos fluidos, os sintomas começam por olhos secos e boca seca.
Além desses, os pacientes também podem apresentar outros sinais, como glândulas salivares inchadas, sensação de areia nos olhos, ardor, coceira, dificuldade para engolir, aumento da sensibilidade dental, dificuldade para falar por longos períodos, rachaduras nos lábios e língua e voz rouca.
Vale ressaltar que não são todas as pessoas que têm boca ou olhos secos têm essa doença, já que esse sintoma pode ser observado também em outras condições de saúde.
Além dos problemas nas glândulas exócrinas dos olhos e boca, a Síndrome de Sjögren pode afetar outras partes do corpo, resultando em uma variedade de sintomas adicionais. Isso inclui:
Como é feito o diagnóstico da Síndrome de Sjögren?
O diagnóstico da Síndrome de Sjögren pode ser desafiador, pois seus sintomas são semelhantes aos de outras condições, o que também é bastante comum em doenças autoimunes.
O médico geralmente realiza um exame físico, histórico médico detalhado e solicita exames laboratoriais, como exames de sangue para verificar a presença de anticorpos específicos da Síndrome, evidência de condições inflamatórias e até indicação de problemas em outros órgãos.
Além disso, também devem ser solicitados exames oftalmológicos para avaliar a produção de lágrimas, exames de imagens e, em alguns casos, até biópsias.
Em alguns casos, pode ser necessária uma biópsia de glândulas salivares para confirmar o diagnóstico.
Procurar o diagnóstico precoce e correto é muito importante, porque na síndrome de Sjögren ocorre uma destruição das glândulas exócrinas causando consequências como cáries constantes, infecções fúngicas (candidíase oral) e diversos problemas de visão.
De forma menos comum, também podem ocorrer manifestações mais graves, como, lesões nos pulmões e rins, lesões neurológicos, que podem causar AVC, problemas na medula e neuropatias periféricas, e até linfoma (câncer nos linfócitos).
Tratamentos para síndrome de Sjögren
Atualmente, não existe cura para essa síndrome, mas o tratamento é focado no alívio dos sintomas e na prevenção de complicações.
Para aliviar a secura nos olhos, podem ser prescritos colírios lubrificantes ou medicamentos anti-inflamatórios.
No caso da boca seca, o uso de pastilhas estimulantes de saliva e cuidados bucais adequados são recomendados. Além disso, é importante beber bastante água e evitar o consumo de alimentos e bebidas que possam piorar a secura.
Para tratar os sintomas sistêmicos, como dor nas articulações e fadiga, o médico pode prescrever medicamentos anti-inflamatórios não esteroides ou imunossupressores. Em casos graves, terapias imunossupressoras mais potentes podem ser necessárias.
Além do tratamento farmacológico, medidas não medicamentosas também podem ser adotadas. Isso inclui o uso de umidificadores para aumentar a umidade do ambiente, proteção adequada aos olhos, como o uso de óculos escuros, e cuidados regulares com a pele.
Em casos de Síndrome de Sjögren secundária, o tratamento também deve abordar a doença autoimune subjacente.
Além disso, é preciso ter regularidade nas consultas e exames de acompanhamento, para observar se a doença não evoluiu para uma complicação.
Faça diagnóstico e tratamento da Síndrome de Sjögren no Coe
Embora não haja cura para a condição por ser uma doença crônica e autoimune, é muito importante buscar alívio e melhoria da qualidade de vida. Assim, é importante consultar especialistas em síndrome de Sjögren, que são os reumatologistas, para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
É essencial que os pacientes com doenças autoimunes, como a Síndrome de Sjogren, artrite reumatoide, lúpus e outras recebam um acompanhamento médico regular e sigam as orientações para controlar a doença e minimizar o impacto nos órgãos afetados.
O COE (Centro de Oncologia e Doenças Autoimunes) é especializado no diagnóstico e tratamento de doenças crônicas e autoimunes e pode ajudar muito os pacientes que sofrem com essa doença.
Cada caso é observado de forma diferente e tratado de forma individualizada de acordo com a gravidade e extensão da condição, doenças subclínicas, sintomas e muitos outros fatores.
Na abordagem multidisciplinar, os pacientes também podem contar com cuidados médicos especializados, apoio emocional e suporte de terapeutas e grupos de apoio.
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