Sim, e cada vez mais a ciência comprova que o estilo de vida tem impacto direto sobre o risco de desenvolvimento do câncer de mama. Embora existam fatores que não podem ser modificados — como idade, genética ou histórico familiar — muitos hábitos do dia a dia podem aumentar ou reduzir as chances de desenvolver a doença.
Vamos explorar o que diz a literatura médica e quais medidas práticas podem ser adotadas para a prevenção.
Fatores de risco: o que está fora do nosso controle?
O câncer de mama é multifatorial, ou seja, envolve uma combinação de elementos genéticos, hormonais e ambientais. Entre os fatores não modificáveis, destacam-se:
● Sexo feminino (embora também possa acometer homens)
● Idade acima dos 50 anos
● Histórico familiar (parentes de primeiro grau com câncer de mama ou ovário)
● Presença de mutações genéticas (como BRCA1 e BRCA2)
● Primeira menstruação precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa tardia (após os 55)
● Exposição à radiação torácica
Estes fatores não podem ser evitados, mas conhecê-los permite um acompanhamento mais rigoroso e personalizado.
Estilo de vida e risco de câncer de mama: o que a ciência já sabe
Diversos estudos internacionais, incluindo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto Nacional de Câncer (INCA), apontam que até 30% dos casos de câncer de mama poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida.
Veja os fatores modificáveis mais relevantes:
Alimentação
Dietas ricas em alimentos ultraprocessados, açúcares e gorduras saturadas estão associadas ao aumento do risco. Por outro lado, uma alimentação baseada em frutas, vegetais, grãos integrais e alimentos anti-inflamatórios atua de forma protetora.
Sedentarismo
A falta de atividade física está diretamente ligada ao aumento do risco de câncer de mama, especialmente após a menopausa. O recomendável é praticar ao menos 150 minutos de atividade moderada por semana.
Obesidade
O excesso de gordura corporal, principalmente abdominal, eleva os níveis de estrogênio e de insulina — hormônios que podem favorecer o surgimento de tumores mamários, especialmente em mulheres na pós-menopausa.
Consumo de álcool
Quanto ao consumo de álcool, mulheres que bebem uma dose por dia têm um aumento de 7 a 10 % em comparação com as que não bebem, enquanto aquelas que consomem 2 a 3 doses por dia têm um risco cerca de 20 % maior. Portanto, quanto mais mulheres álcool bebem, maior seu risco de câncer de mama. O etanol interfere na metabolização do estrogênio e pode gerar danos ao DNA celular.
Tabagismo
Além do risco já conhecido para câncer de pulmão e vias aéreas, o cigarro também está relacionado ao câncer de mama, principalmente em mulheres que iniciaram o tabagismo precocemente.
Exposição a hormônios
O uso prolongado de terapia hormonal na menopausa, sem acompanhamento médico adequado, pode aumentar o risco. É essencial avaliar caso a caso.
E quanto à amamentação?
A amamentação tem efeito protetor. A maioria das mulheres que amamentam apresenta alterações hormonais durante a lactação, o que retarda o retorno da menstruação após o parto. Isso reduz a exposição ao longo da vida a hormônios como o estrogênio, que podem promover o crescimento de células cancerígenas da mama.
Quanto maior o tempo de amamentação ao longo da vida, menor o risco de câncer de mama. Um grande estudo refere que a amamentação pode diminuir o risco de câncer de mama em 4,3% a cada 12 meses de amamentação.
Qualidade do sono, estresse e saúde mental
Embora menos estudados, distúrbios do sono, estresse crônico e sobrecarga emocional estão sendo cada vez mais observados como potenciais facilitadores de processos inflamatórios e desequilíbrios hormonais — o que pode influenciar no surgimento de doenças, inclusive o câncer.
Adotar hábitos que promovam o equilíbrio emocional e o descanso adequado é parte essencial da prevenção.
A prevenção começa com a informação e termina com a ação
Cuidar do corpo é também cuidar da sua saúde oncológica. Pequenas mudanças nos hábitos podem ter grandes impactos ao longo dos anos.
Na COE | Oncologia e Doenças Autoimunes, promovemos ações contínuas de educação em saúde, rastreamento e acompanhamento individualizado para mulheres em todas as faixas etárias. Avaliamos os fatores de risco, orientamos sobre exames de imagem (como mamografia e ultrassom das mamas) e conduzimos o acompanhamento com mastologistas e oncologistas.
Você não precisa esperar sintomas para agir. Prevenir é um cuidado com o futuro.
Referências:
Instituto Nacional de Câncer (INCA):
Instituto Nacional de Câncer – INCAOrganização Mundial da Saúde (OMS) – Breast Cancer Prevention
Breast cancerAmerican Cancer Society – Breast Cancer Risk and Prevention
End Cancer As We Know It
- BCRF – Breast Cancer Research Foundation
Breast Cancer Research Foundation | BCRF - Breast Cancer UK .
Breast Cancer UK | Reduce Your Risk

Fanny Cascelli
Oncologia Clínica CRM 168047 / RQE 90495
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