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Refluxo gastroesofágico: entenda se você tem essa doença

Jovem com a mão direita na garganta, simulando quando está com refluxo.

Sumário

Muitos pacientes podem pensar que o refluxo gastroesofágico é apenas um sintoma associado a outros males gástricos, no entanto, trata-se de uma doença que necessita do diagnóstico e tratamento adequado.

Dados do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva de 2020, revelaram que essa doença afeta mais de 25 milhões de pessoas no país, o equivalente a 12% da população.

Neste texto, esclareça algumas de suas dúvidas sobre refluxo gastroesofágico, seus sintomas, causas e tratamentos.

O que é refluxo gastroesofágico?

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é caracterizada quando há um retorno repetitivo do suco gástrico para o esôfago, podendo causar irritações no revestimento desse tubo (que liga a boca ao estômago). O refluxo frequente pode se transformar em uma inflamação crônica e resultar em complicações ao longo do tempo.

Mas, por que ocorre o refluxo?

Entre o esôfago e o estômago, existe uma estrutura que é responsável por impedir o retorno dos alimentos, o esfíncter gastroesofágico inferior (uma espécie de anel, válvula). Em uma condição normal, após a deglutição, essa válvula se fecha e ocorre a digestão normalmente, sem que haja retorno do conteúdo que está no estômago de volta ao esôfago.

O refluxo ocorre, em boa parte dos casos, por defeito no esfíncter esofágico, que não se fecha de forma adequada quando a comida chega ao estômago ou mesmo em períodos de jejum. É normal termos alguns episódios de refluxo ao longo do dia, mas esses episódios não devem ser longos e nem capazes de causar sintomas frequentes.

Os sintomas típicos da Doença do Refluxo Gastroesofágica (ou doença do refluxo) são pirose (azia, queimação) e regurgitação (sensação de retorno de conteúdo líquido, podendo chegar até a boca). 

Uma pessoa que apresenta sintomas mais de 2 vezes na semana precisa de uma avaliação médica para avaliar o surgimento ou mesmo a reativação da DRGE.

Muitos dos nossos hábitos podem contribuir para o surgimento e manutenção da DRGE, mas existem algumas anormalidades no esôfago ou na sua válvula que podem contribuir para esta doença.

Veja alguns fatores de risco para o desenvolvimento da DGRE:

  • Ter hérnia de hiato;
  • Obesidade;
  • Ter esclerodermia, que é um distúrbio do tecido conjuntivo que provoca endurecimento na pele ou órgãos (como o esôfago);
  • Tabagismo;
  • Diabetes não controlado (que gera a chamada gastroparesia – como se fosse a lentificação dos movimentos para esvaziar o estômago);
  • Comer grandes quantidades ou tarde da noite;
  • Comer rápido demais, sem mastigar bem;
  • Comer alimentos fritos ou gordurosos;
  • Ingeridos bebidas gasosas;
  • Ingerir café ou álcool demasiadamente;
  • Uso de certas medicações, por exemplo, os anti-inflamatórios;
  • Gravidez.

Refluxo gastroesofágico: sintomas

Os sintomas mais comuns do refluxo gastroesofágico são:

regurgitação (sensação de retorno de líquido através do esôfago podendo chegar até a garganta ou boca) e pirose (azia, queimação). Outros sintomas são: mau hálito, dor na garganta, rouquidão, tosse crônica, dor ao engolir, dificuldade em engolir (que pode parecer que um pedaço de comida está preso na garganta) e engasgos frequente

Muitas vezes, a queimação provoca uma dor forte no meio do peito, a tal ponto de ser confundida pelos pacientes com um infarto. Nesses casos, deve-se sempre realizar uma investigação para doenças cardíacas com um cardiologista.

Além disso, muitas pessoas que sofrem com a DRGE têm muita dificuldade para dormir, porque ao se deitar, o conteúdo estomacal volta até a boca, podendo entrar até no aparelho respiratório e prejudicar o sono. Não é incomum pessoas portadoras de DRGE com sintomas noturnos acordarem sufocadas.

Todos esses sintomas são muito desagradáveis e pioram a qualidade de vida das pessoas que sofrem com essa condição. Por isso, é fundamental buscar ajuda médica especializada.

Quais são as complicações do refluxo gastroesofágico?

O tratamento do refluxo gastroesofágico é essencial porque a doença pode trazer complicações importantes para a saúde das pessoas, como:

  • Inflamação crônica no esôfago (esofagite): pode prejudicar o tecido do esôfago, levando a sangramentos e até surgimento de úlceras, além de causar prejuízo à deglutição; 
  • Estenose esofágica: é o estreitamento de esôfago, provocado pela ação do suco gástrico, que vai causar um tecido cicatricial na região, estreitando a via alimentar e prejudicando a nutrição do paciente;
  • Esôfago de Barret: são danos provocados ao tecido que reveste o esôfago pela exposição prolongada ao refluxo ácido que levam a alterações pré-cancerígenas no órgão;
  • Câncer de esôfago: do subtipo adenocarcinoma de esôfago, que está muito mais relacionado à DRGE.

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Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito em uma consulta com um médico gastroenterologista, para diferenciar o refluxo gastroesofágico de outras doenças esofágicas ou gástricas, o profissional irá realizar uma anamnese aprofundada, para entender os hábitos de vida do paciente, esmiuçando detalhes dos sintomas, como localização da dor, fatores de piora ou melhora dos sintomas, perda de peso.

Para refinar esse diagnóstico, o primeiro exame que o médico habitualmente solicita é a endoscopia digestiva alta (o médico avaliará suas indicações), que evidencia as condições do esôfago e do estômago.

A endoscopia digestiva alta (EDA) mostra:

  • Possíveis complicações da DRGE (erosões e/ou inflamações do esôfago, estenose, esôfago de Barret);
  • Se os sintomas apresentados eram originários de outras doenças como monilíase esofágica (infecção por fundo no esôfago), esofagite eosinofílica (doença autoimune que gera inflamação crônica no esôfago) e mesmo o câncer de esôfago.

É importante ressaltar que a EDA não faz diagnóstico de DRGE. O paciente pode ter sua endoscopia completamente normal e ainda assim ter DRGE. 

O exame padrão-ouro para o diagnóstico é a pHmetria esofágica (mede o pH do esôfago). A pHmetria comum é capaz de avaliar o refluxo de origem ácida, mas sabemos que o refluxo também pode ter sua origem não ácida (raro, mas acontece), sendo o exame de impedanciophmetria esofágica o mais completo para diferenciar o refluxo ácido do não ácido.

A manometria esofágica costuma ser solicitada juntamente com a phmetria para que se obtenha também uma avaliação da função motora do esôfago, que, quando alterada, pode causar sintomas.

 Como tratar refluxo gastroesofágico?

O tratamento da doença pode envolver mudanças de estilo de vida, medicamentos e até cirurgia.

Em geral, quando uma pessoa tem o diagnóstico de refluxo gastroesofágico, o primeiro tratamento vai envolver uma mudança em alguns hábitos de vida, como por exemplo, a suspensão ou redução do tabagismo, a ingestão de refeições mais leves (com menor teor de gordura), a redução ou mesmo retirada de líquidos nas refeições, a redução da ingesta de café e álcool e a realização da última refeição em média 3 horas antes de se deitar.

A redução do peso corporal para indivíduos acima do peso se mostrou a mudança mais eficaz no controle da DRGE.

No que se refere ao tratamento clínico, não existe uma solução única para todos os pacientes. Os medicamentos mais prescritos para o tratamento e controle dos sintomas são os chamados inibidores de bomba de próton (ex: omeprazol, pantoprazol, esomeprazol). 

Uma nova classe chegou ao mercado para o tratamento do refluxo, o fumarato de vonoprazana (Inzelm®). Este remédio para refluxo gastroesofágico  inibe a produção de ácido no estômago por ser um bloqueador ácido competitivo de potássio (PCAB).

O tratamento cirúrgico é recomendado cada vez mais em casos selecionados.

Procure o COE para diagnóstico e tratamento do DRGE

Se você apresenta os sintomas da doença do refluxo gastroesofágico, é preciso buscar uma ajuda médica especializada o quanto antes. A automedicação, além de um ato errado, pode atrasar o diagnóstico de outras doenças mais graves como o câncer de esôfago.

O COE tem equipe especializada para diagnóstico, tratamento clínico e cirúrgico do refluxo gastroesofágico, além de tratamentos específicos para os pacientes que já desenvolveram um câncer de esôfago.

O COE é um Centro de Oncologia e Doenças Autoimunes, que oferece um avançado e humanizado padrão de atendimento, pensado em todos os detalhes para oferecer aos pacientes.

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