O lúpus é uma doença autoimune, ou seja, ocorre quando o sistema imunológico do seu corpo passa a atacar as estruturas saudáveis dele mesmo.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia aponta que, no Brasil, existem cerca de 65 mil pessoas com lúpus, sendo a maioria composta por mulheres.
Para entender mais sobre essa doença crônica, continue a leitura.
O que é lúpus?
O lúpus eritematoso sistêmico (LES), é uma doença autoimune capaz de afetar o corpo todo, podendo atingir as articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro, vasos sanguíneos, coração e pulmão.
Como todas as doenças autoimunes, o lúpus não é contagioso e, por isso, não pode ser transmitida de uma pessoa para a outra por proximidade, contato físico ou secreções.
Conforme mencionamos no início deste texto, o lúpus é mais comum em mulheres do que homens, mas é importante lembrar que ele pode afetar ambos os sexos.
Existe uma confusão que ocorre entre o lúpus eritematoso sistêmico e o discoide.
O sistêmico, conforme mencionado anteriormente, pode afetar vários órgãos do indivíduo acometido.
Já o lúpus discoide é o nome dado a uma doença de pele, que se apresenta com uma ou várias lesões na pele, podendo aparecer junto com o acometimento de outros órgãos ( les sistêmico) mas, em geral, o lúpus eritematoso discoide fica mesmo restrito só a pele.
Lúpus: sintomas
Os sintomas de lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver gradativamente, podendo ser moderados ou graves, temporários ou permanentes.
A maioria dos pacientes com lúpus apresentam sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em crises, nas quais os sintomas se agravam por um tempo e depois diminuem.
Os sintomas podem também variar de acordo com as partes do seu corpo que forem afetadas pela doença de lúpus. Os sinais mais comuns são:
- Fadiga;
- Febre;
- Perda de peso;
- Dor nas articulações;
- Rigidez muscular e inchaços;
- Rash cutâneo – vermelhidão na face em forma de “borboleta” sobre as bochechas e a ponta do nariz;
- Lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol;
- Dificuldade para respirar;
- Dor no peito ao inspirar profundamente;
- Dor de cabeça, confusão mental e perda de memória;
- Convulsão;
- Trombose;
- Queda de cabelo.
O que causa lúpus?
Não se sabe ao certo o que causa o lúpus, tendo em vista que o fato de o sistema imunológico atacar e destruir tecidos saudáveis do próprio corpo é um comportamento anormal do organismo.
No entanto, os estudos apontam que as doenças autoimunes podem ser uma combinação de fatores, como:
- Hormonais;
- Infecciosos;
- Genéticos;
- Ambientais.
Existem gatilhos que podem influenciar no desencadeamento da doença, como:
Como diagnosticar?
O diagnóstico dessa doença não é tão simples, porque os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, o que pode acabar confundindo com os sinais de outras patologias.
Mas para que isso não ocorra, o diagnóstico deve ser realizado por um médico reumatologista por meio da história, de exame físico e exames laboratoriais.
Apesar de não existir um exame ou teste que detecta 100% o lúpus, a presença do exame FAN (fator ou anticorpo antinuclear), principalmente com títulos elevados, auxilia no diagnóstico, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos de LES, uma vez que não existe lúpus com fan negativo.
Mas atenção: existem pessoas com fan positivo que não têm a doença!
Outros testes laboratoriais que confirmam a suspeita diagnóstica é a presença de anticorpos anti-Sm e anti-DNA, que são mais específicos para o lúpus.
Tratamento para lúpus
O tratamento do lúpus, assim como para outras doenças crônicas, tem foco no controle dos sintomas e da atividade da doença, fazendo ela “dormir”.
O tratamento é diferenciado para cada caso, conforme os níveis de intensidade e agressividade da doença e o órgão acometido.
Todo paciente deve se proteger do sol, evitar a exposição a hormônios esteroides e utilizar cloroquina. Essa droga traz diversos benefícios para quem tem lúpus.
Em casos mais leves, os sintomas podem ser controlados com analgésicos, doses baixas de corticoide, por via oral ou pomadas.
Casos de acometimento mais severo podem necessitar do uso de corticoides em doses mais altas, ou até mesmo na veia e do uso de drogas imunossupressoras (que baixam a imunidade) para evitar que a doença agrida o corpo de forma permanente e pode levar até a morte.
Em alguns casos, pode-se recorrer a tratamentos na veia, semelhantes a quimioterapia ou mesmo alguns imunobiológicos, que surgiram para auxiliar no controle da atividade do lúpus.
Os resultados positivos estão diretamente relacionados aos protocolos adotados pelo médico assistente do paciente, pelo próprio perfil da doença e também pela segurança no processo da infusão do medicamento.
Essas alternativas de tratamento podem contribuir na busca pelo controle e remissão do quadro.
Verdades e mentiras sobre a doença
Quem tem lúpus pode engravidar?
Sim, a mulher pode engravidar e ter também uma gestação sem complicações, mas é recomendado que seja uma gravidez planejada é muito bem supervisionada, por se tratar de uma gestação de risco.
O ideal é que a mulher com LES só engravide com a doença totalmente sob controle por pelo menos seis meses, portanto, antes de pensar em engravidar, converse com seu reumatologista.
Lúpus tem cura?
O lúpus é uma doença crônica que passa por períodos de atividade e períodos de remissão.
Logo, nessas fases de remissão, o paciente pode ficar totalmente bem, sem qualquer sintoma, mas não significa que o distúrbio imunológico que “causou” o LES, foi corrigido definitivamente.
Assim, o paciente sempre vai precisar de um acompanhamento médico contínuo.
Quem tem lúpus pode trabalhar normalmente?
A maioria das pessoas com lúpus pode ter uma vida produtiva cuidando da casa, trabalhando fora, estudando etc. No entanto, algumas pessoas têm uma evolução mais complicada e perdem a capacidade produtiva.
Nesses casos isolados, pode haver necessidade de afastamento, adequação ao trabalho ou mesmo aposentadoria.
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O objetivo é pensar em todos os detalhes para oferecer aos pacientes e familiares uma experiência de qualidade em um momento delicado de suas vidas.
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