A esclerodermia é uma doença rara, crônica e autoimune que afeta o tecido conjuntivo do corpo.
A principal característica é o endurecimento da pele, mas pode afetar também outros órgãos, como os pulmões, coração, rins e trato gastrointestinal.
Neste texto, leia mais sobre o que é a esclerodermia, seus sintomas, causas, consequências e complicações, além de como é feito o diagnóstico e tratamento.
O que é a esclerodermia?
A esclerodermia é uma doença crônica autoimune, que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca seus próprios tecidos por não reconhecê-los. Quem é portador dessa condição tem uma produção excessiva de colágeno, que é a proteína responsável pela estrutura e suporte da pele e dos órgãos internos.
Esse excesso de colágeno leva ao endurecimento e espessamento da pele, causando a principal característica da esclerodermia.
Geralmente, essa doença afeta pessoas na faixa dos 35 aos 55 anos, porém, pode ocorrer também em fases pediátricas. Além disso, é mais comum em mulheres do que em homens.
A causa exata da doença ainda é desconhecida, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais desempenhe um papel importante.
Alguns estudos sugerem que infecções virais, exposição a certos produtos químicos ou medicamentos, bem como desequilíbrios do sistema imunológico, podem desencadear a doença em pessoas predispostas geneticamente.
Tipos de esclerodermia
Além da esclerodermia localizada, que afeta a pele em alguns lugares, há também a esclerodermia sistêmica, que é quando a doença afeta o coração, vasos sanguíneos, pulmões, rins, trato gastrointestinal, músculos e articulações.
Síndrome de Crest
Cada letra da sigla Crest representa um aspecto da doença:
- Calcinosis (na tradução, Calcinose, que é o depósito anormal de cálcio na pele);
- Raynaud’s phenomenon (na tradução, Fenômeno de Raynaud, uma condição que provoca sensibilidade aumentada ao frio);
- Esophageal dysmotility (na tradução, dismotilidade esofágica, que é a dificuldade para engolir);
- Sclerodactyly (endurecimento da pele nos dedos);
- Telangiectasias (manchas vermelhas na pele).
Esclerodermia: sintomas
Os sintomas da esclerodermia podem variar de leves a graves e fatais e podem variar muito de pessoa para pessoa. Alguns mais comuns incluem:
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Consequências e complicações da esclerodermia
A doença pode afetar diferentes órgãos e sistemas do corpo, o que pode levar a várias consequências e complicações graves. Dependendo da extensão, as complicações podem incluir:
- Cicatrizes pulmonares e fibrose pulmonar, que podem causar dificuldade respiratória crônica e permanente, inclusive com dependência de oxigênio em casos graves;
- Hipertensão arterial pulmonar, que é o aumento da pressão nas artérias dos pulmões. Essa condição é potencialmente grave, porque as artérias do coração para o pulmão se estreitam;
- Envolvimento cardíaco, pode levar a problemas como arritmias, insuficiência cardíaca e inflamação do músculo cardíaco;
- Disfunção renal e hipertensão arterial.
Se o paciente manifesta esses sintomas, o ideal é procurar uma ajuda médica especializada. Neste caso, quem faz o diagnóstico e tratamento dessa condição é o reumatologista, que irá buscar um diagnóstico preciso e indicar tratamentos adequados, para evitar as complicações.
Diagnóstico da esclerodermia
O diagnóstico dessa doença nem sempre é simples. É realizado com base nos sintomas, histórico médico do paciente, exame físico e testes complementares.
Veja alguns exames que podem ser solicitados:
- Exames de sangue: para verificar a presença de certos anticorpos associados à doença, como o anticorpo antinuclear (ANA) , anticorpo anticentromero e o anticorpo antitopoisomerase (Scl-70);
- Estudos de função pulmonar: para avaliar a função pulmonar e detectar possíveis complicações pulmonares, como fibrose;
- Testes de imagem: radiografias, tomografias computadorizadas (TC) ou ecocardiogramas podem ser realizados para avaliar o envolvimento de órgãos internos, como pulmões, coração e trato gastrointestinal;
- Endoscopia e manometria esofágica (analisam a função do esofago e das suas válvulas internas)
- Biópsia de pele: em alguns casos, uma pequena amostra de pele pode ser retirada para análise, para confirmar o diagnóstico e avaliar o grau de fibrose.
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Tratamentos para esclerodermia
Não existe cura para a esclerodermia, mas o objetivo do tratamento é controlar os sintomas, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida do paciente. O plano de tratamento pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas e a extensão da doença.
Entre as opções de tratamento constam:
- Medicamentos imunossupressores: podem ser prescritos para controlar a resposta autoimune e reduzir a inflamação;
- Medicamentos para melhora da circulação: para tratar os sintomas de Raynaud, podem ser prescritos vasodilatadores ou bloqueadores dos canais de cálcio;
- Medicamentos para aliviar a dor e a rigidez articular: analgésicos ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem ser usados para aliviar os sintomas musculoesqueléticos;
- Tratamento para complicações específicas: dependendo dos órgãos afetados, podem ser necessários tratamentos adicionais, como terapia respiratória, transplante de pulmão ou tratamento para problemas cardíacos;
- Terapia física e ocupacional: exercícios e terapia podem ajudar a manter a mobilidade das articulações afetadas e melhorar a função geral;
- Cuidados com a pele e estilo de vida saudável: é importante manter a pele bem hidratada e protegida do sol. Além disso, adotar hábitos saudáveis, como parar de fumar, pode ajudar a melhorar os sintomas.
Faça o diagnóstico e tratamento da esclerodermia no COE
É essencial que os pacientes com esclerodermia recebam um acompanhamento médico regular e sigam as orientações para controlar a doença e minimizar o impacto nos órgãos afetados.
O COE (Centro de Oncologia e Doenças Autoimunes) é especializado no diagnóstico e tratamento de doenças crônicas e autoimunes e pode ajudar muito os pacientes que sofrem com essa doença.
Cada caso é observado de forma diferente e tratado de forma individualizada de acordo com a gravidade e extensão da doença, sintomas e muitos outros fatores.
Na abordagem multidisciplinar, os pacientes também podem contar com cuidados médicos especializados, apoio emocional e suporte de terapeutas e grupos de apoio.
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