Doença autoimune ocorre quando o sistema imunológico de um indivíduo passa a agredir suas próprias estruturas e órgãos, agindo como se fossem inimigos!
No caso da doença autoimune de pele, esse tecido é o alvo dessa agressão.
Em seu funcionamento normal, o sistema imune produz anticorpos para defender o corpo de algum inimigo externo, como por exemplo vírus, bactérias, fungos, toxinas… Porém, quando há algum problema, ele pode se enganar e produzir anticorpos contra ele mesmo, chamados de autoanticorpos, gerando, assim, uma doença autoimune.
Continue a leitura e saiba como identificar uma doença autoimune de pele.
Tipos de doenças de pele autoimune
Existem diversas doenças autoimunes de pele e todas têm seus sintomas e tratamentos específicos.
Além disso, a pele pode ainda ser o alvo de agressão de outras doenças autoimunes, como se fosse a pontinha do iceberg de outras doenças sistêmicas, como é o caso do lúpus, algumas vasculites ou doenças autoimunes musculares.
É importante lembrar que quem está sofrendo com algum problema de pele, deve procurar um médico Dermatologista, para que o diagnóstico seja preciso e o tratamento o mais adequado para cada caso.
Psoríase
Entre as doenças de pele autoimunes, a psoríase provavelmente é a mais conhecida.
Ela é uma patologia inflamatória, que causa coceira, descamação e pele vermelha.
É importante lembrar que a psoríase não acomete só a pele, mas o organismo como um todo, aumentando o nível de inflamação no sangue e consequentemente o risco de doenças associadas – infarto, acidente vascular cerebral (AVC), obesidade, depressão e ansiedade.
30% dos pacientes com psoríase podem apresentar sintomas de dor articular, dor nas costas e tendinites de repetição, merecendo também o acompanhamento de um reumatologista. (artrite psoriásica)
Sintomas da psoríase
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e depender do tipo da doença. Os mais comuns são:
- Placas elevadas e inflamadas que parecem vermelhas ou mesmo acastanhadas, dependendo do tom de pele do paciente.
- Descamação cutânea;
- Ressecamento da pele, podendo causar rachaduras e sangramentos;
- Dor, coceira ou queimação nas lesões.
- Unhas grossas, com manchas ou deformidades, que muitas vezes podem ser confundidas com infecção por fungos;
- Dor nas costas, inchaço e dor nas articulações (juntas), compondo a chamada artrite psoriásica.
Como diagnosticar?
O diagnóstico da psoríase pode ser feito com uma avaliação médica clínica. Geralmente, os sintomas são fáceis de distinguir de outras doenças que também podem causar desconfortos semelhantes.
Além desta avaliação, em casos mais específicos, pode-se recorrer ao exame de biópsia, com uma pequena amostra da pele. No laboratório, também é possível identificar o tipo de psoríase e fazer diagnósticos diferenciais.
Tratamento da psoríase
Por ser uma doença crônica, não há cura, mas existem tratamentos que promovem maior qualidade de vida e podem chegar até a remissão, que é o período de tempo que os sintomas desaparecem, podendo ser por semanas, meses ou até anos.
O tratamento também vai depender de cada caso, mas podem ser utilizados hidratantes e pomadas à base de corticoide e análogos da vitamina D.
Para casos mais graves, podem ser indicados fototerapia, imunossupressores sistêmicos e terapia biológica.
Dermatite atópica
É uma doença crônica e hereditária que causa inflamação da pele, causando o aparecimento de placas, brotoejas e coceira.
A dermatite atópica costuma acontecer entre pessoas da mesma família, juntamente com a asma ou a rinite alérgica. Pode surgir ou ser desencadeada por substâncias que provocam reações alérgicas, como os pêlos dos animais de estimação, condições ambientais ou estresse.
Embora seja uma doença que permaneça durante toda a vida, os sintomas tendem a desaparecer à medida que a pessoa envelhece, mas a pele continuará sensível e seca.
Sintomas da dermatite atópica
Os sintomas variam de acordo com a fase da doença, podendo ocorrer em três estágios:
- Fase infantil (3 meses a 2 anos de idade);
- Fase pré-puberal (2 a 12 anos de idade);
- Fase adulta (a partir de 12 anos de idade).
Mas de um modo geral, os principais sintomas são:
- Pele seca;
- Lesões avermelhadas na pele;
- Coceira intensa;
- Áreas espessas na pele (pele com grosseiros);
- Alterações na cor, vermelhidão ou inflamação da pele.
Como diagnosticar a dermatite atópica?
A dermatite atópica não é uma doença contagiosa, as lesões podem ser tocadas por outras pessoas porque não há risco nenhum de transmissão.
O diagnóstico é feito de maneira clínica, podendo ser realizado por um profissional dermatologista, alergista ou imunologista.
Tratamento da dermatite atópica
Existem diversos medicamentos que ajudam no controle da dermatite, desde pomadas e cremes eficazes, que devem ser indicados e usados corretamente com o acompanhamento de um médico especialista, para evitar efeitos colaterais a longo prazo.
Em casos mais graves, os pacientes podem acabar precisando de medicações via oral, ou mesmo injetável (imunobiológicos), sempre sob supervisão e acompanhamento de um médico.
Vitiligo
O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação da melanina- pigmento que dá a cor na pele) nos locais afetados.
Sintomas do vitiligo
Na maioria dos pacientes, não manifesta sintomas além do surgimento de manchas brancas na pele. Em alguns casos, pacientes relatam sentir apenas uma sensibilidade e dor na área afetada.
Como diagnosticar o vitiligo?
O diagnóstico é clínico, pois as manchas brancas normalmente aparecem em locais do corpo bem característicos, como boca, nariz, mãos e joelhos.
Tratamento do vitiligo?
O tratamento para vitiligo é individualizado e deve ser realizado por um dermatologista.
Dentre as opções, está o uso de medicamentos que induzem à repigmentação das áreas afetadas, também é possível fazer tratamento com laser, técnicas cirúrgicas ou transplante de melanócitos.
Por ser uma doença que pode afetar a autoestima, é recomendado também o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos positivos nos resultados do tratamento.
Penfigóide bolhoso
É uma doença de pele autoimune bolhosa, ou seja, provoca bolhas na pele, podendo ser grandes e causar coceira, com áreas de pele inflamada.
Sintomas do penfigóide bolhoso
Os principais sintomas são coceira na pele e bolhas vermelhas que podem surgir por todo o corpo, sendo mais frequente nas dobras, como virilhas, cotovelos e joelhos, e podem conter líquido ou sangue em seu anterior.
Como diagnosticar?
Geralmente, o diagnóstico é realizado por avaliação médica a partir das características das bolhas e por uma biópsia da pele, por exame microscópico de uma amostra da pele tirada da bolha ou ao redor dela.
Tratamento
O tratamento deve ser feito com orientação de um especialista, com o objetivo de controlar os sintomas, reduzir a formação de bolhas e feridas, e evitar possíveis complicações.
Os principais tratamento que podem ser indicados são:
- Corticoide na forma de comprimido;
- Pomadas corticoides;
- Imunossupressores;
- Antibióticos, antifúngicos ou antivirais.
Pênfigo vulgar
Esta é uma doença de pele autoimune rara, fazendo com que surjam bolhas de diversos tamanhos na pele e na boca, às vezes, descamando a pele também.
Sintomas do pênfigo vulgar
O principal sintoma é o aparecimento de bolhas claras, moles e dolorosas em diversos tamanhos.
Normalmente, é mais comum que apareça primeiro na boca e depois espalha-se para outras áreas do corpo.
O pênfigo vulgar é tão prejudicial quanto uma queimadura séria na pele.
Como diagnosticar?
Em geral, os médicos já percebem a existência da doença pelas suas bolhas características, mas o diagnóstico é mais preciso a partir de uma biópsia da pele.
Tratamento
Os possíveis tratamentos para pessoas com essa doença tem como base o uso de corticosteroides, por via oral ou intravenosa; antibióticos e compressas protetoras para bolhas rompidas.
Dependendo do estágio da doença, pode ser necessário acrescentar imunossupressores.
Alguns pacientes reagem tão bem a esse tratamento que podem interromper a terapia com os medicamentos, permanecendo assintomáticos (com doença em remissão por anos).
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