A doença celíaca é grave? Sim, essa doença é uma condição autoimune grave que afeta o sistema digestivo de pessoas predispostas à intolerância ao glúten.
Quem tem essa doença, precisa buscar tratamento especializado com um gastroenterologista o mais rápido possível, para que não ocorram danos às vilosidades da mucosa intestinal, que são responsáveis por absorver nutrientes, vitaminas, sais minerais e até água.
A desnutrição é comum em pessoas com doença celíaca, especialmente se a condição não for diagnosticada e tratada precocemente, o que também poderá levar a complicações graves.
Veja neste texto mais sobre o que é a doença celíaca, suas causas, sintomas e tratamento.
O que é doença celíaca?
A doença celíaca é uma condição crônica que provoca uma reação imunológica ao glúten, uma proteína encontrada em grãos como o trigo, cevada e centeio. Segundo estatísticas divulgadas pela Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil, 1% da população é acometida por essa condição.
Quando uma pessoa com essa doença ingere alimentos que contêm glúten, o sistema imunológico ataca as células do intestino delgado enviando células inflamatórias e anticorpos, podendo impedir o funcionamento adequado dessa estrutura essencial do aparelho gastrointestinal.
Portanto, saber ser portador de doença celíaca é muito importante para o paciente já que o glúten está presente em muitos itens da alimentação ocidental padrão, como pães, bolos, massas, molhos industrializados, refeições prontas e até a maior parte das cervejas.
Essa doença é causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Pessoas com parentes de primeiro grau que têm a doença têm um risco aumentado de desenvolvê-la. Além disso, a exposição ao glúten pode desencadear a doença em pessoas com predisposição genética.
Os diversos fatores de risco para a doença celíaca são:
- Histórico familiar: pessoas com parentes de primeiro grau que têm a doença têm um risco aumentado de desenvolvê-la;
- Outras condições médicas: pessoas com outras condições médicas têm um risco aumentado de desenvolver a doença celíaca. Entre essas doenças, estão o diabetes tipo 1, a dermatite herpetiforme, a tireoidite de Hashimoto, o lúpus, e possivelmente as sindromes de Down e Turner;
- Idade: a doença celíaca pode se desenvolver em qualquer idade, mas é mais comum em pessoas de 30 a 60 anos;
- Sexo: a doença é mais comum em mulheres do que em homens.
Sintomas da doença celíaca
Os sintomas podem variar de leves a graves e podem incluir:
Além disso, crianças que têm a doença podem não crescer como esperado para as suas faixas etárias e até ter um atraso na chegada da puberdade.
Esses sintomas podem ser confundidos com outras condições médicas, o que torna o diagnóstico mais difícil, por isso, é muito importante buscar especialistas em doença celíaca, que vão orientar exames para confirmação de diagnóstico e tratamento adequado.
A doença celíaca não diagnosticada ou tratada pode levar a complicações como surgimento de anemia, osteoporose e prejuízo ao ganho de peso dos fetos. Além disso, segundo a Celiac Disease Foundation, quem tem doença celíaca tem um risco duas vezes maior de desenvolver doença arterial coronariana e quatro vezes maior de desenvolver câncer de intestino delgado.
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Como diagnosticar doença celíaca?
Embora a doença possa se manifestar em qualquer idade, os médicos podem observar o aparecimento da condição em duas janelas de tempo: entre os 8 aos 12 meses; e na meia idade, entre 40 e 60 anos. Assim, é muito importante providenciar o diagnóstico correto nestes momentos, para evitar o prejuízo nutricional.
O diagnóstico começa com um exame físico e um histórico médico completo.
O médico pode pedir exames de sangue para verificar se há anticorpos que indicam uma reação ao glúten.
Se os resultados do exame de sangue forem positivos, o médico pode encaminhar o paciente para uma endoscopia com biópsia do intestino delgado para confirmar o diagnóstico.
Tratamentos para doença celíaca
Não existe medicamento para doença celíaca. O único tratamento eficaz é seguir uma dieta rigorosa e permanente sem glúten, para aliviar e controlar sintomas.
Ao seguir uma dieta sem glúten, as vilosidades intestinais têm a oportunidade de se recuperar e a absorção de nutrientes pode melhorar. No entanto, é importante notar que a dieta sem glúten deve ser seguida de forma rigorosa e permanente, mesmo que os sintomas tenham desaparecido.
Além de seguir uma dieta sem glúten, pode ser necessário suplementar a dieta com vitaminas e minerais para garantir que a pessoa obtenha todos os nutrientes necessários.
Algumas pessoas com doença celíaca podem ter sensibilidade maior ao glúten, mesmo em pequenas quantidades, o que pode levar a sintomas mesmo quando a dieta é rigorosamente seguida. Por exemplo, mesmo a ingestão de pequenas migalhas de pão podem causar danos ao intestino delgado.
Nestes casos, pode ser necessário evitar também todo e qualquer alimento processado que possa conter traços de glúten.
É importante que o médico especialista trabalhe em conjunto com um nutricionista para garantir que a dieta sem glúten forneça os nutrientes adequados. O nutricionista pode ajudar a identificar esses alimentos e ensinar a maneira correta de ler os rótulos, para evitar uma ingestão involuntária.
Além disso, é importante que a pessoa com doença celíaca tenha uma rede de apoio, como familiares, amigos e colegas de trabalho, que possam ajudar a garantir que a dieta sem glúten seja seguida adequadamente.
Diagnóstico e tratamento da doença celíaca no COE
O COE tem equipe multidisciplinar e todos os recursos para diagnóstico e tratamento da doença celíaca.
Com equipe especializada, multidisciplinar e atendimento humanizado, os pacientes são direcionados para o melhor tratamento, com suporte também para as famílias na conscientização sobre a necessidade de adoção de uma dieta apropriada aos celíacos.
Texto revisado por:
Dra. Danielle Fortes Colosimo
Oncologia Clínica
CRM: 196.448 – RQE: 110220
COE Oncologia e Doenças Autoimunes
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